Lisboa Minha Cidade

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Mirador de Santa Luzia

segunda-feira, dezembro 25, 2006

QUANDO UM HOMEM QUISER

Tu que dormes à noite na calçada do relento
numa cama de chuva com lençóis de vento
tu que tens o Natal da solidão do sofrimento
és meu irmão, amigo, és meu irmão.



E tu que dormes só o pesadelo do ciúme
numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
e sofres o Natal da solidão sem um queixume
és meu irmão, amigo, és meu irmão.



Natal é em Dezembro
mas em Maio pode ser.
Natal é em Setembro
é quando um homem quiser.
Natal é quando nasce
uma vida a amanhecer.
Natal é sempre o fruto
que há no ventre da mulher.



Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
tu que inventas bonecas e comboios de luar
e mentes ao teu filho por não os poderes comprar
és meu irmão, amigo, és meu irmão.



E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
és meu irmão, amigo, és meu irmão.



As palavras das cantigas “José Carlos Ary dos Santos”

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